“O psiquiatra identifica qual doença aflige o paciente e prescreve o livro específico para o tratamento. Com a receita em mãos, o doente vai até a biblioteca mais próxima e pega emprestada a obra sugerida”. Parece ficção, mas é a Biblioterapia, uma prática adotada este ano pelo governo da Inglaterra como política pública de saúde.
Acorda Brasil!
A técnica começou a ser difundida em larga escala na terra da rainha pela Reading Agency (Agência de Leitura), entidade responsável por mostrar os benefícios terapêuticos da biblioterapia. E até mesmo universidades como a de Sussex, através de pesquisas, já comprovaram a eficácia das palavras como bálsamo curativo.
A biblioterapia vem sendo usada para tratar depressão, crises de ansiedade, bulimia e uma série de outros transtornos, somando 17 males da mente e da alma para o qual o livro certo tem a solução. Ou ao menos, é um coadjuvante valioso no tratamento.
De livros técnicos que explicam em linguagem simples ao paciente o que ele tem, ajudando na conscientização, até obras de ficção, passando ainda por histórias reais e edificantes, a biblioterapia busca incentivar uma reflexão mais profunda sobre a vida e até incentivar mudanças de postura. Parece autoajuda, mas é ainda melhor!
Os livros são indicados levando em conta o estado emocional do paciente e é lógico que aqueles mais densos e com finais trágicos não entram na lista dos indicados.
No Brasil, técnica semelhante é usada há 15 anos na ala pediátrica do Hospital São Lucas, pertencente à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Nessa unidade de saúde, equipes multidisciplinares escolhem livros interessantes e organizam discussões sobre o conteúdo com a criançada, desviando o foco delas do tratamento médico.
Mas nem só pessoas com transtornos psíquicos ou crianças hospitalizadas são beneficiadas. A técnica também ajuda a prevenir e até atenuar lapsos de memória em idosos. Já existem inclusive trabalhos mundo afora que usam contos de fadas para ajudar os velhinhos a resgatar memórias da infância e juventude.
Está doente? Leia um livro!
*Com informações da reportagem “Livro, um santo remédio pra cabeça”, publicada na edição de setembro (número 368) da revista Saúde.
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