Há 12 anos, recém-chegada do Peru ao Brasil, Tania Mujica enfrentava dificuldades em entender o significado de algumas palavras, não pela diferença de idioma, mas sim, pelo significado cultural de algumas delas. Na época, trabalhando como estátua viva no Centro de São Paulo, passava horas observando a reação e as atitudes das diferentes pessoas que por ela passavam. Algumas palavras começaram a fazer parte do seu cotidiano e seu ouvido já começava a se acostumar com o sotaque, mas ainda não compreendia alguns termos e o seu primeiro grande choque foi com a palavra FICAR, usada pelos brasileiros para classificar relações amorosas sem nenhum tipo de compromisso. “No Peru, as pessoas namoravam para ficar. Não conseguia entender como era ter uma relação e depois se despedir como amigo, porque para mim, por mais rápida que fosse, ainda era uma relação” – resume Tania, que demorou um tempo para conseguir entender que FICAR nada mais era, do que levar uma vida mais ou menos, testa