Não sei o que está acontecendo,
mas nestas últimas semanas, minha bicicleta anda tão sentimental quanto à
tangueira de Aníbal Troilo. Se não, vejamos! Outro dia, eu flagrei-a
entrelaçada a outra bicicleta no muro da farmácia. Que vergonha! Não sabia onde
enfiar minha cara. Estava toda faceira, piscava o farol e tudo. E essa não é a
primeira vez. Longe disso! Semana passada, foi no estacionamento do
supermercado. Meu tio disse que ela está precisando de uns apertos... de
parafusos. Mas será que é somente isso?
Por via das dúvidas, resolvi seguir seu conselho. Tirei o domingo para uma
faxina geral na minha magrela – lavei, escovei, limpei aros, apertei
parafusos e lubrifiquei. Estava como nova. Tudo corria às mil maravilhas, até
pararmos num posto de gasolina para calibrar os pneus, e ela se jogar para cima
de uma Caloi Ceci, rosa shock . É... acho que não tem jeito.
Talvez, Mario Benedetti tenha razão: “Todos precisamos alguma vez de um
cúmplice, alguém que nos ajude a usar o coração”.
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