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Centenário de Auguste Rodin




A Porta do Inferno é sem dúvida uma das obras mais importantes e mais conhecidas de Auguste Rodin. O escultor francês dedicou anos de sua carreira para a realização dessa grande escultura.

Foi a primeira encomenda oficial feita pelo Estado à Rodin, em 1880. A obra seria exposta no Musée des Arts Décoratifs de Paris e foi o próprio Rodin quem escolheu o tema: O Inferno de Dante Alighieri.  A Divina Comédia de Dante, poeta italiano do fim da Idade Média, é dividida em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso.  A obra foi traduzida para o francês no século XVIII e inspirou inúmeros artistas do Romantismo que procuravam explorar as profundezas da consciência humana. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, os amores trágicos e os ideais utópicos.

Mas, ao esculpir a Porta do Inferno, Rodin não ilustra os episódios descritos por Dante. Ele faz uma reflexão sobre a condição humana. Rodin coloca em cena os excessos humanos, os homens que perderam o próprio controle. Ao invés de representar os personagens com roupas medievais, Rodin esculpe seus personagens nus e isso dá à obra um caráter de atemporalidade e universalidade.

Diversas figuras criadas por Rodin para a Porta do Inferno foram, mais tarde, reproduzidas individualmente e com um tamanho maior. Entre elas O Pensador e O Beijo.

Em cima da Porta vemos o Pensador, uma das obras mais célebres de Rodin. A escultura chamava-se originalmente O Poeta. O Pensador é Dante, em meditação profunda em frente aos Portões do Inferno.  Hoje temos mais de vinte cópias do Pensador feitas a partir do molde original e espalhadas por diversos museus do Mundo.

Outra obra célebre de Rodin é O Beijo. Foi originalmente esculpida para A porta do Inferno, mas o casal foi posteriormente removido e substituído por outro casal de namorados. O Beijo foi inspirado nos personagens da Divina Comédia  Paolo e Francesca. Os amantes foram mortos pelo marido de Francesca, que os surpreendeu na troca de um beijo. O casal, por ter cometido o crime da luxúria, foi condenado a vagar eternamente pelo inferno.

A Porta do Inferno, apesar de inacabada, é uma obra decisiva para a história da Escultura Moderna. Mais que uma porta, Rodin queria mostrar uma versão espetacular do inferno. 


Fotos: © Musée Rodin


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