1. As Meninas - Lygia Fagundes Telles I 2. Coleção Melhores Poemas - Cecília Meireles I 3. A Mulher do Vizinho - Fernando Sabino.
ETIQUETA:LYGIA FAGUNDES TELLES
ETIQUETA:LYGIA FAGUNDES TELLES
Quarta filha do casal Durval de Azevedo Fagundes e Maria do
Rosário Silva Jardim de Moura, nasce na capital paulista, em 19 de abril de
1923, Lygia de Azevedo Fagundes,
na rua Barão de Tatuí. Seu pai, advogado, exerceu os cargos de delegado e
promotor público em diversas cidades do interior paulista (Sertãozinho, Apiaí,
Descalvado, Areias e Itatinga), razão porque a escritora passa seus primeiros
anos da infância mudando-se constantemente. Acostuma-se a ouvir histórias
contadas pelas pajens e por outras crianças. Em pouco tempo, começa a criar
seus próprios contos e, em 1931, já alfabetizada, escreve nas últimas páginas
de seus cadernos escolares as histórias que irá contar nas rodas
domésticas. Como ocorreu com todos nós, as primeiras narrativas que ouviu
falavam de temas aterrorizantes, com mulas-sem-cabeça, lobisomens e
tempestades.
Seu pai gostava de freqüentar casas de jogos, levando Lygia consigo "para dar
sorte". Diz a escritora: "Na roleta, gostava de jogar no verde.
Eu, que jogo na palavra, sempre preferi o verde, ele está em toda a minha
ficção. É a cor da esperança, que aprendi com meu pai."
Em 1936 seus pais se separam, mas não se desquitam.
Porão e sobrado é o primeiro livro de contos publicado pela
autora, em 1938, com a edição paga por seu pai. Assina apenas como Lygia
Fagundes.
No ano seguinte termina o curso fundamental no Instituto de
Educação Caetano de Campos, na capital paulista. Ingressa, em 1940, na Escola
Superior de Educação Física, naquela cidade. Ao mesmo tempo, freqüenta o curso
pré-jurídico, preparatório para a Faculdade de Direito do Largo do São
Francisco.
Inicia o curso de Direito em 1941, freqüentando as rodas
literárias que se reuniam em restaurantes, cafés e livrarias próximas à
faculdade. Ali conhece Mário e Oswald de Andrade, Paulo Emílio Sales
Gomes, entre outros, e integra a Academia de Letras da Faculdade e
colabora com os jornais Arcádia e A
Balança. Para se sustentar, trabalha como assistente do
Departamento Agrícola do Estado de São Paulo. Nesse ano conclui o curso de
Educação Física.
Praia viva, sua
segunda coletânea de contos, é editada em 1944 pela Martins, de São
Paulo. O ano de 1945 marca o ano de falecimento de seu pai. Atenta
aos acontecimentos políticos, Lygia participa, com colegas da Faculdade,
de uma passeata contra o Estado Novo.
Terminado o curso de Direito, em 1946, só três anos depois a
escritora publica, pela editora Mérito, seu terceiro livro de contos, O cacto vermelho. O volume
recebe o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras.
Casa-se com o jurista Goffredo da Silva Telles Jr., seu professor
na Faculdade de Direito que, na ocasião, 1950, era deputado federal. Muda-se,
em virtude desse fato, para o Rio de Janeiro, onde funcionava a Câmara Federal.
Com seu retorno à capital paulista, em 1952, começa a escrever seu
primeiro romance, Ciranda de pedra.
Na fazenda Santo Antônio, em Araras - SP, de propriedade da avó de seu marido,
para onde viaja constantemente, escreve várias partes desse romance. Essa
fazenda ficou famosa na década de 20, pois lá reuniam-se os escritores e
artistas que participaram do movimento modernista, tais como Mário e Oswald de
Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Mafaldi e Heitor Villa-Lobos.
Maria do Rosário, sua mãe, falece em 1953 e, no ano seguinte,
nasce seu único filho, Goffredo da Silva Telles Neto. As Edições O
Cruzeiro, do Rio de Janeiro, lançam Ciranda
de pedra.
Seu livro de contos, Histórias do desencontro,
é publicado pela editora José Olympio, do Rio de Janeiro, e é premiado pelo
Instituto Nacional do Livro, em 1958.
Em 1960 separa-se de seu marido Goffredo e, no ano seguinte,
começa a trabalhar como procuradora do Instituto de Previdência do Estado de
São Paulo.
Dois anos depois lança, pela editora Martins, de São Paulo, seu
segundo romance, Verão no aquário.
Passa a viver com Paulo Emílio Salles Gomes e começa a escrever o romance As
meninas, inspirado no momento político por que passa o país.
Em 1964 e 1965 são publicados seus livros de contos Histórias
escolhidas eO jardim selvagem,
respectivamente, pela editora Martins.
A convite do cineasta Paulo César Sarraceni e em parceria com
Paulo Emílio Salles Gomes, em 1967, faz a adaptação para o cinema do
romance D. Casmurro, de Machado
de Assis. Esse trabalho foi publicado, em 1993, pela editora Siciliano, de
São Paulo, sob o título de Capitu.
Seu livro de contos Antes do baile,
publicado pela Bloch, do Rio de Janeiro, em 1970, recebe o Grande Prêmio
Internacional Feminino para Estrangeiros, na França.
O lançamento, em 1973, pela José Olympio, de seu terceiro
romance, As meninas, é um
sucesso. A escritora arrebata todos os prêmios literários de importância no
país: o Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, o Jabuti, da Câmara
Brasileira do Livro e o de "Ficção" da Associação Paulista de
Críticos de Arte.
Seminário de ratos,
contos, é publicado em 1977 pela José Olympio e recebe o prêmio da categoria
Pen Club do Brasil. Nesse ano participa da coletânea Missa
do Galo: variações sobre o mesmo tema, livro organizado por Osman
Lins a partir do conto clássico de Machado de Assis. Integra o corpo de jurados
do Concurso Unibanco de Literatura, ao lado dos escritores e críticos
literários Otto Lara Resende, Ignácio de Loyola Brandão, João Antônio,
Antônio Houaiss e Geraldo Galvão Ferraz.
Em 1978 a editora Cultura, de São Paulo, lança Filhos
pródigos. Essa coletânea de contos seria republicada a partir
de 1991 sob o título A estrutura da bolha de sabão.
A TV Globo leva ao ar um Caso Especial baseado no
conto "O jardim selvagem".
Sua editora no período de 1980 até 1997, a Nova Fronteira, do Rio
de Janeiro publica A disciplina do amor.
No ano seguinte lança Mistérios, uma
coletânea de contos fantásticos. A TV Globo transmite a telenovela Ciranda
de pedra, adaptada de seu romance.
Em 1982 é eleita para a cadeira 28 da Academia Paulista de Letras
e, em 1985, por 32 votos a 7, é eleita, em 24 de outubro, para ocupar a cadeira
16 da Academia Brasileira de Letras, fundada por Gregório de Mattos, na vaga
deixada por Pedro Calmon. Sua posse só ocorre em 12 de maio de 1987. Ainda
em 1985 é agraciada com a medalha da Ordem do Rio Branco.
1989 é o ano de lançamento de seu romance As
horas nuas. Recebe a Comenda Portuguesa Dom Infante Santo. Em
1990 seu filho, Goffredo Neto, realiza o documentário Narrarte,
sobre a vida e a obra da mãe. Em 1991 aposenta-se como funcionária
pública.
A Rede Globo de Televisão apresenta, em 1993, dentro da série Retratos
de mulher, a adaptação da própria escritora do seu conto "O moço do saxofone",
que faz parte do livro Antes do baile verde,
num episódio denominado "Era uma vez Valdete".
Participa da Feira o Livro de Frankfurt, na Alemanha, em 1994, e
lança, no ano seguinte, um novo livro de contos, A
noite escura e mais eu, que ganhou os prêmios de Melhor livro
de contos, concedido pela Biblioteca Nacional; Prêmio Jabuti, da Câmara
Brasileira do Livro e Prêmio APLUB de Literatura.
Em 1996 estréia o filme As meninas, de Emiliano
Ribeiro, baseado em romance homônimo de Lygia. Em 1997
participa da série O escritor por ele mesmo,
do Instituto Moreira Salles. A editora Rocco adquire os direitos de publicação
de toda a obra passada e futura da escritora.
Em 1998, a convite do governo francês, participa do Salão do Livro
da França.
Seu livro Invenção
e Memória foi agraciado
com o Prêmio Jabuti, na categoria ficção, em 2001. Recebe, também, o
"Golfinho de Ouro" e o Grande Prêmio da Associação Paulista dos
Críticos de Arte.
Agraciada, em março de 2001, com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Brasília (UnB).
OBRAS
DA AUTORA
Contos:
Porão e
sobrado, 1938
Praia
viva, 1944
O cacto
vermelho, 1949
Histórias
do desencontro, 1958
Histórias
escolhidas, 1964
O
jardim selvagem, 1965
Antes
do baile verde, 1970
Seminário
dos ratos, 1977
Filhos
pródigos, 1978 (reeditado como A estrutura da bolha de sabão, 1991)
A
disciplina do amor, 1980
Mistérios,
1981
A noite
escura e mais eu, 1995
Venha
ver o por do sol
Oito
contos de amor
Invenção
e Memória, 2000 (Prêmio Jabuti)
Durante
aquele estranho chá: perdidos e achados, 2002
Meus
contos preferidos, 2004
Histórias
de mistério, 2004
Meus
contos esquecidos, 2005
Romances:
Ciranda
de pedra, 1954
Verão
no aquário, 1963
As
meninas, 1973
As
horas nuas, 1989
Em 2005, recebe o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua
portuguesa.
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